Você pode dizer que anda ocupado.
Que anda cansado, que não há tempo. Que amanhã pode ser e no amanhã não dá. Que
está com saudades, mas chega tarde em casa e dorme sem comer e deixa o celular
no bolso da calça que tá ali no outro canto do quarto e só responde as mensagens
que estão com umas 18h de enviadas com um “só vi sua msg agora, capotei ontem :)” e espera ou não que
entendam. E não há nada a dizer, só... é só isso mesmo. Mas você não é isso,
isso é só o que você é agora.
Do outro
lado da rua há um ladrão e você o ignora com a esperança que ele o ignore de
volta, e você pode cometer erros que faça que o perceba. E ele vem em sua
direção e na sua distração de estar ocupado, você não corre para o começo da
rua, onde é seguro onde há proteção. Então ele passou por você sem ser notado e
dobrou na quarta esquina, levando na mão algo seu. Ele queria que você o visse indo
embora, ele queria que você fosse atrás, mas ele dobrou na quarta esquina sem
ser visto. E você estava lá ocupado sendo ocupado e o “só agora” depois de 18h
não fizeram você ver o que tinha perdido. E o hoje pode ser, somado com seu
sorriso não fizeram o ladrão voltar.
Sensacional meu poeta!
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