Faz tempo eu tô com azia. Durmo mal, tenho alergia. Quando
acordo, nem bom dia e a ducha fria ainda me dói. Em atraso permanente, escolho
a roupa, escovo os dentes, abro a porta da frente e a luz do dia me corrói.
Então eu me pergunto, quando sobra algum segundo em que eu
reflito sobre o mundo, se funciona e coisa e tal. Concluo que tá preta a
situação, pra lá de azeda e o leite que ainda sai da teta nem sequer é integral.
Desesperado eu penso em gargalhar, mas decido respeitar a
minha dor. Talvez seja melhor despirocar, de vez, talvez, de vez.
No bus eu subo afoito, engolindo algum biscoito, acotovelo
logo uns oito, eu tô cansado e vô sentar. Depois do chacoalhaço, tô no trampo e
um palhaço mesmo me vendo um bagaço, já começa a me ordenhar.
Digito, atendo o fone, meio dia eu sinto fome, me levanto
sem meu nome e vou pra fila do buffet. Depois de dois cigarros, acomodo o meu
pigarro, me reponho de bom grado e termino o afazer.
Cansado eu chego em casa, o Willian Bonner me afaga me
contando alguma fábula de algo que ocorreu. Requento qualquer rango, cambaleio
até o meu canto, ainda nem fechei o tampo e o meu corpo adormeceu
Desesperado eu penso em gargalhar, mas decido respeitar a
minha dor. Talvez seja melhor despirocar, de vez, talvez, de vez.
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