8 de set. de 2013

ladrão da rua.


Você pode dizer que anda ocupado. Que anda cansado, que não há tempo. Que amanhã pode ser e no amanhã não dá. Que está com saudades, mas chega tarde em casa e dorme sem comer e deixa o celular no bolso da calça que tá ali no outro canto do quarto e só responde as mensagens que estão com umas 18h de enviadas com um “só vi sua msg agora, capotei ontem :)” e espera ou não que entendam. E não há nada a dizer, só... é só isso mesmo. Mas você não é isso, isso é só o que você é agora.


                Do outro lado da rua há um ladrão e você o ignora com a esperança que ele o ignore de volta, e você pode cometer erros que faça que o perceba. E ele vem em sua direção e na sua distração de estar ocupado, você não corre para o começo da rua, onde é seguro onde há proteção. Então ele passou por você sem ser notado e dobrou na quarta esquina, levando na mão algo seu. Ele queria que você o visse indo embora, ele queria que você fosse atrás, mas ele dobrou na quarta esquina sem ser visto. E você estava lá ocupado sendo ocupado e o “só agora” depois de 18h não fizeram você ver o que tinha perdido. E o hoje pode ser, somado com seu sorriso não fizeram o ladrão voltar. 

Um comentário:

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