23 de dez. de 2010

Quando não há ironia.


"__ Você dança esquisito.
__ Desculpa, mas a bailarina da família é minha irmã e ela esqueceu de me ensinar a dançar.
__ Nossa, como você é grosso!
__ Fazer o quê, se o gentil é meu pai.
__ Vamos deixar de ser bruto.
__ Não dá, puxei isso do vô, a carinhosa é minha mãe."

 Há um grupo seleto de pessoas que nascem com o dom de não ter dom. A menos que ser irônico, inconveniente, bruto, realista seja considerado dádiva divina. Quando meu id impera sobre meu ego é o dia que sou mais chamado de idiota. E quando o contrario acontece sou taxado de arrogante.  E então deixo meu superego escondido pra usar em uma ocasião especial.

Enquanto eu estiver tratando mal alguém mas deixando claro que gosto, não se chateie esse é o momento em que mais me importo com o outro, desconfie quando começar a tratar bem, é sinal que parei de me importar há algum tempo.

A timidez me torna automaticamente em arrogante. Falar com todos que vejo não é ser humilde, apenas me faz passar por educado. “Bom Dia” não é “Eu te Amo” pra eu sair distribuindo à torto e a direita. Tenho de ser seleto quando eu for sair distribuindo gentilezas gratuitas.

Nem todos dias são lindos que me façam ir ao aeroporto, ver casais dando beijo de reencontro, roubar maçãs  de belas loiras e que me façam deitar na esteira de malas. Mas Dias Lindos acontecem.

E então quando há uma conversa sem nenhuma ironia por minha parte ou essa pessoa é muito especial ou fico calado a conversa toda prestando atenção nos meus pensamentos ou no que tá acontecendo de trás da pessoa.


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